Sim, não há lugares seguros,
tens medo de não voltar a salvo,
mas precisas respirar mais largo,
fazer projetos enquanto caminhas.
Sem planos, como dar dois passos?
E sem o comércio humano?
Sê forte: não jejues da vida
só porque seu gosto é de morte.
Lembra: não queres mais o horror
aos jornais, o refúgio nos livros seletos.
Vê: o portão está aberto. Vai pisar
o chão imundo com teus pés alvos, vai digerir
o furibundo animal que és! Vai, engole o mundo
como se fosse uma hóstia
e estarás salvo.
Jorge Emil
De 'Pequeno arsenal' (2004)
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