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terça-feira, 26 de outubro de 2010

O ANÚNCIO DO POEMA


A minha dor além de mim me espera,
emboscada na curva do caminho;
tem encantos de rosa, sendo o espinho
que meu corpo e minh’alma dilacera;


talvez quando chegar a primavera
a dor invente o amor, pinte um carinho,
transformando o refúgio onde me aninho
no castelo encantado da quimera;


e a dor navega o mar onde navego
por terra e gente, madrugada e noite,
sempre comigo; a minha dor carrego


para animar o mundo que componho
e ver liberto do alçapão da noite
(já feito poema) o pássaro do sonho.


Colombo de Sousa
In: Antologia Poética

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Acredito que...

“... E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

Excerto de 'De noite'
- Miguel Sousa Tavares
em “Não te deixarei morrer David Crockett"